domingo, 27 de novembro de 2011

BudapeXt

Depois de uma noite no hotel em Berlim para renovar as energias assistindo CNN (único canal que eu entendia) com o Piers entrevistando o 50 Cent e a Grécia assustando a galera, finalmente o voo pra Budapeste. Chegando lá, encontro Victor no saguão e simbora! Depois de 40 minutos no ônibus mais uma meia hora de metrô, chegamos já à noite no Aboriginal Hostel. Depois de reencontrar as gurias na sala depois de quase três semanas sem se ver, fazemos o check-in. O hostel muito legal, com cama confortável, banho bom e um astral muito legal. A galera que tava hospedada era tri simpática e o pessoal do hostel também.
Fome. Uma vez na Hungria, goulash! Que sopa! Pai ensinou bem a gostar do que é bom. Embora meio gordurosa, a culinária húngara é muito saborosa. Comemos muito bem sem gastar muito, outra vantagem de viajar à Hungria, o forint ainda é bem desvalorizado.
Após encher a pança, conhecer a noite! Eurotrip total: aquece rápido no Szympla, um bar muito leste europeu que só estando lá pra entender. Em seguida, fomos a um lugar chamado Corvinteto, no quinto andar de um prédio antigo, com dois seguranças húngaros que mais pareciam uns gorilas. Uma entrada com aqueles plásticos de frigorífico, cena surreal. Lá em cima, um slow Techno tocando e pouca gente, ainda era cedo. Na Hungria ainda é permitido fumar em locais fechados, calcula o cheiro de cigarro nas roupas. Tudo muito barato, drinks que na França custam 10 euros lá custavam 4 euros! Pra quem fuma um paraíso também, a carteira que na França é 6, lá é 2 euros... Depois a casa encheu, e deu pra dar muita risada nessa night um tanto quanto diferente. Cansaço, banho e cama.
Next day, café da manhã razoável no geral, mas com waffles quentinhos feitos na hora, muito bons! Último dia com as meninas, que seguiriam no dia seguinte para Paris, resolvemos fazer a Free Walking Tour. Acertamos em cheio! Os guias eram ótimos (as gurias acharam mais ainda, só babavam no Andrew), uma galera independente que faz os tours sem cobrar e ganham os pilas com as ‘gorjetas’ que os visitantes dão ao fim do passeio. Contam a história do país de uma forma um tanto quanto irônica. Também pudera, as datas comemorativas da Hungria são em geral revoluções que não deram certo! Se percebe ainda uma certa adaptação ao mundo capitalista, e lá mais do que em outros lugares fica claro o fato de não podermos comparar a vida no Brasil com a vida na Europa de uma maneira geral. Os caras já passaram por diversas situações extremas de sofrimento e guerras que nunca tivemos. Assim que os nazistas desocuparam o país após a IIGM, a URSS logo impôs o socialismo. Parece exagero, mas a história húngara é quase que toda marcada por submissões a regimes e governos tiranos. Mas nem tudo é desgraça, a cidade de Budapest é muito bonita, com Buda de um lado (com os morros e onde fica o Palácio Real) e Pest do outro lado (a maior parte da cidade, mais nova e mais moderna). Uma pequena pausa para falar sobre alguns húngaros que mudaram o mundo, como o inventor do Excel e alguns poetas e músicos, e seguimos em frente. Um almoço em um restaurante bem simples com comida típica e um tchau pros guias. Baita dia!




 

À noite, mais umas caminhadas num frio de 5 graus, passada na Ópera e janta no... Burger King! O húngaro é considerado o quinto idioma mais difícil do mundo, mas também o segundo mais lógico após o latim. Vai entender...
Abastecidos, party one more time! Bias e Duda desertaram, João, Dafne e Victor rumo ao Instant, um dos bares mais célebres de Budapeste. Muito legal, com uma decoração bizarra (leia-se coelhos ‘correndo’ no ar e uma coruja gigante na parede). Muito papo-cabeça na mesa madrugada a dentro, falando mal dos outros e dando risada, bom demais.
No dia seguinte, as meninas dão tchau para ir à Paris e eu e Victor recarregamos as baterias pela manhã ficando de boa no hostel. À tarde, Walking Tour do Comunismo. Uma guia mais velha do que a galera do outro dia, que viveu boa parte da vida no regime comunista fez um passeio impressionante, mostrando a cidade nos tempos da URSS e como foi a transição para a ‘democracia’. Conforme Victor notou, eles não comparam Socialismo X Capitalismo, e sim Socialismo X Democracia. Histórias e fatos interessantíssimos, que nos fazem entrar em um filme da Guerra Fria, com fachadas de prédios ainda com marcas de bala da IIGM e monumentos simbolizando alívios depois de décadas de repressão. E a ironia em Budapeste continua: o único monumento comunista que ainda resta intacto – a pedido da Rússia - se encontra na praça em frente à embaixada americana. Muito maduros, os americanos, de birra, colocaram uma estátua do presidente Ronald Reagan em frente ao monumento. Parece coisa de criança, realmente inacreditável! Para chocar-nos mais: uma espécie de bunker construído pelo governo na época da guerra fria, jamais utilizado, jaz sob uma praça, com capacidade para abrigar 40 pessoas. Enquanto isso, 12.000 sem-tetos dormem pelas ruas de Budapeste. Pra finalizar, na praça em frente ao Parlamento 78 marcas de bala no prédio em frente servem para relembrar o massacre de 78 manifestantes, que, em uma manifestação pacífica, foram fuzilados por soldados do alto dos prédios, e a bandeira nacional estende-se no Parlamento com um buraco redondo no meio, simbolizando a retirada do símbolo comunista. E tantas outras histórias que a guia contou ao longo do dia e que nos fazem sair do tour um tanto quanto ‘desanimados’ com tantas coisas impensáveis que já se passaram.






 














Para dar um up, nada melhor do que ir ao Morrisson’s Pub, maior boate da Hungria, com cerca de 10 ambientes distribuídos em dois andares e subsolo com diversos tipos de música, para todos os gostos, até karaokê tinha! Muito legal, imperdível pra galera que curte sair à noite nas viagens e passar por Budapeste. Victor, missão cumprida!
No dia seguinte, mais voltas pela cidade e vamos para um dos banhos turcos – herança da dominação otomana. Um complexo com várias piscinas, saunas, cabines de massagem no maior banho turco da cidade – existem outros espalhados pelos bairros. Umas três horas murchando na água quente pra relaxar  e à noite um jantar à beira do Danúbio, já tachado, de cara, como um jantar muito gay. O restaurante era o Spoon Lounge, um barco enorme todo envidraçado pra comer olhando Buda com o Palácio e a Ponte das Correntes. Bons pratos numa noite de se fui pobre não me lembro, enquanto os garçons pareciam fazer um bolão pra descobrir se a gente era ou não um casal gay. Pra dar tchau pra night, uma passada no Szympla e um papo com o Chris, que trabalhava no hostel, sobre o fim do ano no Reino Unido.
 


  
Finalizando a cidade, últimas horas antes de pegar o avião pra Paris, uma volta em Buda pelo Palácio e seus arredores, volta à Pest pra visitar o Museu do Terror (impressionante!) e almoço no Subway. Budapeste demais. Mission accomplished!
 






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