segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A primeira trip: Marseille, Cassis, Aix en Provence e Avignon

Parte I
Entrando no ritmo do intercâmbio, primeira viagem desde a chegada. Hostel reservado e carros alugados, andiamo! Lyon, 05:30 da manhã: saída para Cassis. Galera acordada, GPS na mão e fé no pé.  Quelle surprise no meio do caminho! As estradas são um tapete, mas têm seu preço: primeiro pedágio (depois de cerca de 180km rodados): 22,90 euros! Depois de tirar a faca do peito, mais alguns pequenos pedágios, agora em valores aceitáveis, e depois de dar uma volta desnecessária graças ao desatualizado GPS, chegamos em Cassis. Uma prainha perto de Marseille famosas pelos seus calanques. Os calanques são uma espécie de penhascos à beira-mar, característicos da região, cobertos por uma vegetação com várias tonalidades de verde e cercados por um mar inexplicavelmente azul. As fotos no álbum descrevem melhor do que qualquer palavra. Um mergulho para atravessar os calanques foi o ponto alto do dia, daqueles momentos pra ficar na memória. Após uma passeada lá em cima, carro de novo rumo a Marseille para fazer o check-in no hostel.
Marina de Cassis


















Parte II
Na estrada para Marseille começamos a conversar sobre como deveria ser viajar antigamente sem o GPS. Resposta: melhor. O aparelho se confundiu várias vezes, a ponto de separarmos os carros na cidade. Após o reencontro, entramos no hostel. O Max, dono e habitante do hostel, uma figura! Cheio de regras de silêncio e vida comunitária, um banheiro pra 20 pessoas e nada de armários nos quartos. Ao menos estávamos em 10 e as outras pessoas hospedadas pareciam tranqüilas também, tudo ouquei.
Sábado: dia de Marseille. Como toda cidade portuária, Marseille é um tanto quanto bagunçada, meio sombria até. Há relatos de um crescimento na violência da cidade, e pode-se dizer que, à noite, as ruas não são muito convidativas. Em defesa da nossa querida Lyon, está muito à frente de Marseille, mais evoluída, limpa e organizada. Mesmo assim, não podemos desmerecer o maior porto da França. A cidade é agradável e com um clima bom, bastante coisas pra fazer. Então, pra começar, um pulo até a île d’If, onde encontra-se o Château d’If. Para os desinformados, é nada mais nada menos do que o castelo da história do Conde de Monte Cristo. Baita passeio, recomendo a quem for a Marseille. Mas vão de tênis, minhas Havaianas arrebentaram no meio do caminho, e meus pés desbravaram Marseille na base do cascão! Aventuras!
 O castelo é muito interessante, tem até a suposta cela onde teria ficado “O Homem da Máscara de Ferro”. Não meninas, o di Caprio não estava lá, désolé. Além do château em si, a vista é espetacular, de um lado enxerga-se Marseille inteira, e de outro um Mediterrâneo azul pacas.
Após o Château d’If, uma caminhada pelo centro histórico, alguns museus e lugares típicos da cidade e um fim de tarde no Vieux Port com aquelas cenas que a gente só vê em viagem mesmo, e que na sua simples existência justificam-na. Uma roda de capoeira autêntica à beira do porto chamava a atenção de quem passava, inclusive os brasileiros aqui, pra sentir um pouquinho de orgulho da terra brasilis. Pra fechar o dia, uma subida até a Notre Dame que, embora fechada, nos brindou com uma vista incrível de Marseille à noite. Embora com febre, enxaqueca e dor de garganta (sim, só isso!), fiquei lá com a galera que curtiu a vista dando risada e tomando um(ns) vignoto(s). Baita dia!
  


Parte III
Último dia do puxadão no sul da França, rumamos para Aix en Provence. Cidadezinha que me lembrou Gramado, toda arrumadinha e bem cuidada, cheia de fontes. Apesar da chuva, conseguimos dar umas voltas, visitar o Atelier Cézanne (imperdível para quem for à Aix), que permanece intacto e restaurado pela prefeitura de Aix en Provence. O ateliê do mestre da pintura se encontra num terreno de 6.000m² um pouco afastado do centro. Cercada de árvores, a casa tem uns caminhos pelo jardim que convidam qualquer um que por lá passe, a sentar um pouco e curtir o lugar. Muito legal. Uma passada também no Musée Garnet, com diversas obras originais de Picasso, Cézanne e alguns outros pintores vale a pena para quem está na cidade. Com o tempo meio ruim, arriscamos ir até Avignon, última parada da viagem.
Chegando lá já no fim do dia, entramos no Palais de Papes. Exemplo interessante do poder da igreja através da história, o palácio/castelo se ergue de forma imponente sobre a cidade, à beira do Rhône e na frente da Pont d’Avignon, destruída parcialmente pela força do rio (já havíamos escutado em Lyon sobre a violência e a força do Rhône). O palácio é enorme, e contém um acervo de documentos riquíssimo, mostrando até, por exemplo, de onde vinham e para onde iam as verbas de construção do palácio, planos de construção e tantos outros documentos de vários séculos atrás, que contam com riqueza de detalhes a história desse monumento que, embora simples se comparado a outros museus e palácios (por ser muito mais antigo do que a maioria dos outros monumentos, muitas pinturas e construções já se deterioraram), impressiona.
Com pouco tempo para voltar, um ótimo jantar no Hôtel de Ville de Avignon e pé na estrada de volta pra casa. Pedágios um pouco (mas nem tanto) mais baratos do que a ida e enfim, home sweet home. Bom começo para desbravar o Velho Continente.
Fotos de Aix en Provence e Avignon virão dentro de alguns dias.


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